Numa lenta agonia
definha e apaga
Cravo vermelho murcha
e perde a cor
A luz da liberdade um
dia alcançada
Hoje
prenúncio de tragédia se abate
Espingardas imóveis
enferrujadas
Enxada gasta num
canto arrumada
Sem o direito ao trabalho
seu ganha-pão
Cidadão exilado no
mundo que é seu
Vilipendiado o
sentido de humanismo
Amargurado pela
vivencia na injustiça
Homem castrado pelo
poder vigente
Quer lhe rouba a dignidade
de viver
Peixotes da política
transformam-se em tubarões
Malabaristas de
palavra e intriga em jogos de salão
Negociações
aberrantes levam o país á pré-falência
Tragédia e dor caiem
sobre a sociedade portuguesa